Albardas e Alforges... nunca vi nada assim! Minto... já vi!
A 12 de Abril de 2011, o líder da oposição afirmava através do seu Facebook: “O PSD chumbou o PEC 4 (...) a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento”.
Enfim, disse um dia Salazar: “Eu não tenho horror aos partidos, dum modo geral; tenho horror ao partidarismo em Portugal. A Inglaterra vive, pode dizer-se, há séculos com os seus dois partidos alternando-se no poder, e até ao presente têm-se dado bem com isso. A educação cívica do povo leva as massas a deslocarem-se entre os dois, levadas por grandes movimentos de ideias, ou por grandes aspirações, ou necessidades adicionais. Em Portugal, porém, esses agrupamentos formaram-se à volta de pessoas, de interesses mesquinhos, de apetites, e para satisfazer esses interesses e apetites. Ora, é essa mentalidade partidária que tem de acabar, se queremos entrar num verdadeiro período de renovação.” (“Entrevistas a Salazar”, páginas 94 e 95).
Quase quarenta anos depois do 25 de Abril e da reinstituição dos partidos enquanto monopolistas da política, a economia portuguesa vem resvalando numa trajectória de divergência face ao resto da Europa. O desemprego, que em 1973 era de 1,5% (“Economia Portuguesa”, Luciano Amaral, página 28), multiplicou-se entretanto por dez; a última década foi uma catástrofe e o País está intervencionado pela terceira vez. A insolvência do Estado não é apenas financeira ou económica, é também política. A partidocracia falhou.
Mais e melhor democracia, e – como diria José Gil – uma maior participação neste país da “não-inscrição”, é disso que precisamos. Portugal não pode ter medo de existir.
(Publicado a 11/09/2012 no Diário Económico, página 8).
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Como escreveu Tiago Mesquita: «"Amigo" Pedro. No meio da ladainha - aquela espécie de mensagem paternalista que decidiu escrever à nação via Facebook - disse uma coisa acertada, que passo a transcrever: "esta história não acaba assim". Estamos de acordo. Agora acredite, não vai ser o senhor a escrever o ponto final nesta história. O senhor é apenas mais uma vírgula errática entre muitos vírgulas tortas de um longo e sinuoso texto. O final vamos nós escrevê-lo, um dia destes.»(http://expresso.sapo.pt/acorda-e-reage-portugal=f752336)