"Chamais-me, Cidadão? Eu aqui estou:
Alas à Liberdade!
Nunca mais pura cauda se arrastou
Nas lages da cidade!" [Alexandre O’Neill]
Dia curioso e surpreendente. Inchado de liberdade, sonoridades vocais, de movimentos progressivos. Eis Lacan e o grito do recém-nascido, em pura metonímica. Da escuridão destes dias saíram ladrilhos de memorandos, mui ataviados de panfletos em letras redondas. Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Volumosa, autorizada. Cor unum et anima una. E dessas almas, naturalmente lúcidas, brotou uma nova itinerância para todos nós - os condenados às galés da fazenda. É preciso uma grande orgia. Porque foi bonita a festa, pá!
PS:Ah! os cultores corporativos do bloco central já capricharam pequenas maldades. Vieram espumar as suas mazelas, enriquecendo a lexicologia política. O sr. Sócrates justificou o grito da "canalha" com a sua contumaz imaginação cénica. O sr. Augusto SS, resignado, truncou o seu dia de trabalho precário. E o merceeiro Teixeira dos Santos, ao que parece, faz exercícios venatórios ao colo do governo colonial da fuhrer Merkl (nós, atualmente, devemos ser os judeus do novo império dos mil anos!... vai acabar mal, vai!!) . Há ironia e malícia no ar. O dr. Coelho – atrevido no ímpeto e bisonho na praxis - ameaça fulminar qualquer acareação com o regente-engenheiro. Santo Assis ainda não rabujou, vindo do asilo parlamentar. Na verdade, não há vida além do mofo de S. Bento e do facebook do dr. Cavaco. Pelos colunistas, há advertências, sermões & tripas viradas. Há motins literários. A casta & reaccionária Helena Matos (Oh! Labii reatum! Oh! Geração do 69) arrufou, vaidosamente máscula, sumariamente caluniante. Rosariada de náusea (ou sexo de escrita) contra a vida e o seu linguarejar. O dr. Pacheco Pereira, leninista e sem lucidez, choraminga abruptamente contra os profissionais da TV. Não leu o discurso último do dr. Cavaco, um dos subscritores do PREC d’hoje. Valha-nos, ao menos, isso! No resto "enquanto os filósofos etiquetam, os relógios tiquetaqueiam". O’Neill … na porta!
Com a devida vénia! O almocreve foi claro.