Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

albardeiro

Albardas e Alforges... nunca vi nada assim! Minto... já vi!

albardeiro

Albardas e Alforges... nunca vi nada assim! Minto... já vi!

Poesia para o nosso 1º Ministro (continuação)

albardeiro, 06.08.04

Parte III


Afonso Eanes de Coton floresceu nos últimos tempos do reinado de D. Fernando III e nos primeiros do seu filho, tendo frequentado a corte dos dois monarcas. Cultivou quase exclusivamente a sátira, na qual nos deixou treze cantigas que lhe são atribuídas e que são demonstrativas da vida de tabernário e frequentador de mulheres fáceis, como se costumava dizer.
Na realidade, as suas deliciosas cantigas de escárnio e maldizer falam por si.

Cantiga de Maldizer
(esta primeira cantiga é dedicada a Marinha que, segundo a hipótese de Rodrigues Lapa, se trata de Marinha Sabugal que aparece mais de uma vez nos cantares de Coton)


Marinha, o teu folgar
tenho eu por desacertado,
e ando maravilhado
de te não ver rebentar;
pois tapo com esta minha
boca, a tua boca, Marinha;
e com este nariz meu,
tapo eu, Marinha, o teu;
com as mãos te tapo as orelhas,
os olhos e as sobrancelhas,
tapo-te ao primeiro sono;
com a minha piça o teu cono;
e como o não faz nenhum,
com os colhões te tapo o cu.
E não rebentas, Marinha?


(esta outra cantiga é dedicada a Maria Mateu, a quem Afonso Eanes atribui preferências homossexuais, apesar de não estar excluída a hipótese de ter sido esta a mulher a quem se ligou)

Maria Mateu, daqui vou desertar.
De cona não achar o mal me vem.
Aquela que a tem não ma quer dar
e alguém que ma daria não a tem.
Maria Mateu, Maria Mateu,
tão desejosa sois de cona como eu!


Quantas conas foi Deus desperdiçar
quando aqui abundou quem as não quer!
E a outros, fê-las muito desejar:
a mim e a ti, ainda que mulher.
Maria Mateu, Maria Mateu,
tão desejosa sois de cona como eu!


Agradecimentos ao DIZ QUE DISSE


CONTINUA


Desconfio que tresanda a libertinagem...

1 comentário

Comentar post