Parte III
Petróleo: Bush e mais ainda o seu vice, Cheney, são oil men, representantes directos das empresas petrolíferas do Texas. Não foi por acaso que Cheney anunciou a disposição de abrir à exploração do petróleo as últimas regiões de preservação ambiental situadas no Alasca, com efeitos devastadores para o equilíbrio ecológico e ampliação do "efeito estufa". A submissão canina de Bush aos interesses das petrolíferas do Texas determinou a sua ruptura com o Protocolo de Kyoto, afundando ainda mais o isolamento dos Estados Unidos na comunidade das nações.
Ora, a luta pelo controlo do petróleo mundial conferiu o norte da estratégia dos Estados Unidos para o golfo Pérsico e para a Ásia Central. E existia/existe um país cuja localização geográfica é absolutamente estratégica, justamente por ser a região de passagem entre o Médio Oriente e a Ásia Central. Esse país chama-se Afeganistão. O cerco dos Estados Unidos aos Talebans só aparentemente teve algo a ver com o "combate ao terrorismo". Tratou-se, na verdade, de criar as condições geopolíticas para o controlo das mais vastas reservas de petróleo do planeta, situadas numa região que, historicamente, foi "área de influência" da Rússia czarista e depois da União Soviética.
Os cinco países da bacia do Cáspio Azerbaijão, Cazaquistão, Irão, Rússia e Turcomenistão possuem reservas estimadas em 200 bilhões de barris de petróleo e um volume comparável de gás. Apenas o Azerbaijão, Cazaquistão e Turcomenistão contêm mais petróleo e gás do que o Golfo. As cinco maiores empresas petrolíferas dos Estados Unidos (Chevron, Conoco, Texaco, Mobil Oil e Unocal) concluíram ou estão vias de concluir uma série de acordos milionários com esses países (excepto o Irão) para explorar essas reservas.
Agora é fácil de entender por que é que, em 1992, o senador norte-americano Robert Dole declarou que as "preocupações" dos Estados Unidos quanto às reservas de petróleo e gás mundial se tinham ampliado da região do Golfo "rumo ao norte, incluindo o Cáucaso, o Cazaquistão e a Sibéria". E, cinco anos depois, o senador Sam Brownback fez aprovar uma nova resolução, conhecida como Estratégia da Rota da Seda, segundo a qual os Estados Unidos deveriam "ampliar a sua presença" na bacia do Cáspio, à medida que vão sendo construídos novos oleodutos entre o Oriente e o Ocidente através daquela região. A Rota da Seda foi o caminho seguido por Marco Pólo para o Extremo Oriente, e abarca boa parte do Afeganistão. É também o petróleo, aliás, que explica os interesses em jogo na guerra da Rússia com a Tchechénia. Por ali passam fontes e linhas de abastecimento de petróleo e gás iranianos e da bacia do mar Cáspio.
O atentado de 11 de Setembro deu todos os pretextos para uma intervenção em grande escala naquela região, certamente impensável até a essa data. Como se viu, o presidente russo Vladimir Putin, certamente pressionado pelos generais do seu país, ensaiou um tímido protesto contra o deslocamento maciço de forças militares dos Estados Unidos para aquela área. Mas Putin estava/está economicamente prostrado e politicamente "amarrado" pelos compromissos no quadro do G-8.
CONTINUA...
Ps.; Como eu gostava de ter tempo para deixar os necessários comentários na cibernética da escrita blogueira, os afazeres apenas me dão tempo para a leitura (às vezes em diagonal). No entanto, aqui dou público testemunho de alguns que mais tenho visitado:
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(...) mas existem outros! Fica para a próxima.